Alguns tipos de problemas bucais, como cáries ou infecções profundas, fazem com que os pacientes percam ou precisem extrair algum dente. Quando isso ocorre, sobra um espaço vazio na arcada dentária, e a tendência é que o restante dos dentes se movimente para ocupar toda a área, o que pode causar perdas ósseas e problemas ortodônticos.
Por isso, um tratamento de reposição deve ser feito para garantir que as funções de fonética, mastigação e estética da boca sejam reabilitadas.
Em geral, existem duas maneiras de preencher o espaço deixado por um dente extraído: com uma prótese removível ou com a instalação de implantes dentários. Ambas são estruturas artificiais que imitam os dentes naturais e a gengiva. Contudo, os implantes são posicionados cirurgicamente no osso, enquanto a prótese fica “encaixada” na cavidade oral. Trata-se, neste último caso, da famosa dentadura.
Assim como acontece com os aparelhos ortodônticos, o uso de próteses removíveis exige um período de adaptação até que o dispositivo deixe de parecer um corpo estranho na boca.
Em geral, pacientes que estão começando a usar a dentadura relatam sensação de estar mordendo com os dentes de outra pessoa, além da impressão que a prótese está frouxa e mal ajustada.
Embora esses desconfortos levem a maioria dos pacientes a acreditar que o dispositivo foi confeccionado de maneira errada, a verdade é que o organismo precisa de tempo para aceitar a nova estrutura como parte integrante do corpo. Por isso, é normal que a dentadura “escape”, cause feridas e irritações nas mucosas orais, estimule a hipersalivação e atrapalhe o processo mastigatório.
O período de adaptação geralmente é de quatro meses, tempo necessário para que os músculos das bochechas e língua se adaptem à estrutura e acostumem a segurá-la no lugar correto. Além disso, o próprio paciente precisa aprender a se alimentar, falar e conviver com a dentadura – o que inclui fazer a higienização correta do dispositivo.
Para tornar essa adaptação menos traumática, é recomendado que, nos primeiros dias, o paciente dê preferência a uma dieta com alimentos moles e em porções pequenas. A mastigação deve ser feita lentamente e com os dois lados da boca ao mesmo tempo, a fim de evitar deslocamento da prótese e permitir que o “jeito” da mordida seja testado.
Para a fala, a prática também é o melhor método de adaptação. Duas sugestões são ler textos em voz alta e repetir as palavras de dicção mais difícil. Também é recomendável aproveitar esse momento para testar o uso da dentadura para tossir, sorrir, gargalhar e até assobiar.
Vale lembrar que, após certo tempo de uso, é possível que o dentista identifique a necessidade de substituir a prótese por uma nova. Isso acontece por conta de desgaste das estruturas que compõem a prótese. Nesses casos, é necessário um novo processo de adaptação, uma vez que nenhuma dentadura será idêntica à anterior – do contrário, não haveria necessidade da troca.
Texto por Dra Kamila Godoy - Ortodontista da AB Saúde
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Consulte sempre um dentista. 11 2978 4542
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